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sábado, 2 de abril de 2011

Preenchendo o vazio que devora a vida e a alma (by Nádia Gouveia)

Em contraponto com o texto escrito pelo meu seleto amigo Rogério Rufino ( O vazio que devora a vida e a alma: http://rogeriorufino.blogspot.com/2011/03/o-vazio-que-devora-vida-e-alma-by.html )

Certa vez ouvi que o que não me mata me fortalece, então depois de passar por algumas situações extremas descobri o real significado dessas palavras, alguns sentimentos que alimentamos no decorrer de nossa existência nos remetem a experiências demasiadamente desagradáveis, sentimentos esses que brotam de lugares que nem sabíamos que existia até o momento em que sentimos a dor, sim a dor, do vazio, como se um vácuo imenso de desconsolo e desilusão dilacerasse um pedaço até então dormente de nossa alma.

Esse vazio não pode ser descrito, medido ou calculado, apenas sentido. E para preenchê-lo é preciso persistência e cuidado, pois cada sentimento que surge nos remete a novas experiências e só uma alma cuidadosa e determinada pode encontrar a fagulha necessária para acender a chama da esperança e da fé ora apagada, silenciada, escondida, entrelaçada à dor e ao desespero, comuns entre aqueles que se negam a aceitar a existência do abismo existente dentro de cada um de nós.

A realidade de cada um por ser única e extremamente particular, guarda a razão pela qual uns lutam e outros se quedam inertes a essa dor devastadora. Querer mudar tal situação pode não ser suficiente, a ATITUDE nessa hora faz toda diferença, é preciso arregaçar as mangas e lutar em prol da liberdade tão almejada por nossa alma, e ser livre não significa fazer o que se quer, sempre que há vontade e oportunidade, significa fazer de forma eficaz e honesta aquilo que nossa mente e nosso coração concordam ser o melhor.

É claro que preencher um vazio tão grande como o da perda por exemplo pode nos parecer impossível, só que em minha opinião não se pode mudar nada até que se tente verdadeiramente fazê-lo, dar o primeiro passo é de extrema importância, pois o resultado final só o tempo nos mostrará clara e objetivamente, por isso temos de ter persistência e disciplina. Independente da religião de cada um julgo ser extremamente necessário ter FÉ, sim, pois até quem se diz ateu acredita que suas teorias e aspirações são verdadeiras.

Cabe a cada um de nós nas devidas proporções buscar algo que preencha tal vazio, seja desenvolvendo seu lado pessoal, intelectual, moral ou espiritual, embora muitos prefiram a companhia inquietante do desespero e da desilusão, considero essa decisão um tanto quanto difícil pois o que é “bom” pra um pode não ser pra outro, não existem verdades absolutas, cada um enxerga o mundo a sua maneira, e essa é a beleza , viveríamos em um mundo extremamente monótono se pensássemos e agíssemos da mesma forma.

Nesse sentido me pergunto se é mesmo possível preencher tal vazio, será que existe alguma fórmula mágica que nos indique o caminho para o entendimento? Pois não há o que se consertar, o fato de nos sentirmos “vazios”, imersos em desconsolo e solidão, não significa que estamos quebrados, por isso procuramos respostas que não existem para perguntas que fazem parte de um contexto amplo e esmagador, em diversas situações nos sentimos “preenchidos” de alguma forma, e logo percebemos o quão rápido e sublime é esse momento, é claro que existem momentos felizes, os quais dão sentido à nossa existência, e como bem dizia Chico Xavier “Isso também passa”, não existem momentos eternos, todos eles passam, sejam os bons ou os considerados ruins, a forma como os encaramos é que faz toda a diferença.

Em cada gesto desesperado de quem se sente imerso no buraco negro da vida, percebemos que a luta para a sobrevivência vai além das já descritas pela ciência, pois a batalha que travamos dentro de nós dia-a-dia é muito mais “sangrenta”, alguns mergulham tão fundo que não conseguem mais submergir, então surgem doenças terríveis como a depressão muitas vezes incompreendida por aqueles que “encaram” esse vazio de forma diversa, não podemos “ver” dentro do outro, mas podemos ver além, não podemos preencher tal vazio com meras ações mundanas, para fazê-lo necessitamos de algo “maior”, que não pode ser descrito, tocado nem mesmo compreendido totalmente, e até a forma como nos agarramos a essa força é particular, não pode ser generalizada. Cada ser humano é único dessa maneira não há como medir o vazio alheio, pois a meu ver não fazemos idéia do nosso próprio vazio, o que podemos fazer é deixar fluir, deixar que a força na qual acreditamos nos guie com seu amor e sabedoria infinitos, para que possamos lá no fundo de nossas almas acreditar que temos poder absoluto sobre algo.

2 comentários:

  1. Minha cara Nádia,concordo com você, a atitude é a ferramenta indispensável para vencer o vazio. Thaks por ler meu artigo e responder apresentando sua visão otimista. Belo artigo e fica o convite para escrever em meu blog. Abraços

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  2. Valeu Rogérioooo... é só me dizer quando e sobre o que rs..... beijosssss

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